No último mês, o Projeto de Queijos Finos do Biopark e Biopark Educação pôde presenciar a inauguração do projeto de ampliação da Queijaria Ludwig, com sua nova agroindústria, localizada em Sede Alvorada, Cascavel, Paraná. A produtora de leite foi a primeira parceira a ingressar e acreditar no Projeto.
Por isso, o dia 18 de outubro marcou mais um passo importante, tanto para a Queijaria Ludwig, quanto para o Projeto de Queijos Finos. A cerimônia de inauguração contou com a presença da fundadora do Biopark e idealizadora do Projeto de Queijos Finos, Carmen Donaduzzi, além de figuras públicas como o Prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, da família Ludwig e demais convidados.
Queijaria Ludwig: um sonho realizado
O que um dia foi um sonho hoje é realidade. Isso porque, em 2019, a Queijaria Ludwig acreditou no Projeto de Queijos Finos e ingressou como primeira produtora dessa iniciativa. Hoje, 4 anos de muitas histórias depois, o Biopark e o Biopark Educação comemoram, junto à Queijaria Ludwig, a inauguração da nova planta de agroindústria para produção de queijos.
Produzido pela Ludwig, o queijo tipo Gouda foi o primeiro queijo fino a ser lançado com o auxílio do projeto, ainda em 2020. Após 3 anos, já soma premiações nacionais e internacionais, sendo que a última conquista foi uma medalha de prata, no concurso VI Prêmio Queijo Brasil.
A produtora, Marcia Seibert Ludwig, da Queijaria Ludwig, afirma que o Biopark foi um divisor de águas na história da queijaria. “Com o Projeto de Queijos Finos, foi possível obter a assessoria e a tecnologia para a produção de queijos, e essa é uma parceria que tem dado muito certo. Esperamos em breve produzir mais tipos de queijos finos para crescermos juntos neste projeto promissor”.
De mesma forma, o pesquisador do laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Queijos Finos, Kennidy de Bortoli, também relembra o início da parceria. “A gente começou tudo com a Márcia, com ela recebendo o queijo tipo Gouda. E toda a história é muito bonita porque ela sempre teve um sonho de produzir um queijo Gouda”, conta.
Além disso, Kennidy reitera que a produtora sempre foi concisa e consciente do que ela queria. “Eu lembro como se fosse ontem, em 2019, a Márcia me falando com detalhes de como ela queria que fosse a agroindústria e algum tempo depois ela me mostrando o desenho do projeto. E hoje ela conseguiu realizar o sonho de ter uma agroindústria do jeitinho que ela queria.”, relembra.
História da Queijaria Ludwig
Antes de se tornar uma queijaria premiada, a família Ludwig era produtora de leite com foco em venda para grandes laticínios. A história da Queijaria Ludwig remonta a 2018, quando a família decidiu diversificar suas atividades após a greve dos caminhoneiros interferir na venda de leite para grandes laticínios. “Na época, surgiu a necessidade de escoar esse leite e de agregar valor ao produto, e a dona Márcia teve a ideia de produzir o queijo colonial.”, conta Vanessa Natal, nora da produtora e responsável pelo marketing e venda da queijaria.
Após a receita familiar do queijo colonial ganhar uma medalha de bronze no V Prêmio Queijos Brasil, em 2019, a Queijaria Ludwig foi convidada a fazer parte do Projeto de Queijos Finos, do Biopark, e atualmente conta com 7 variedades de queijo. “Hoje todos os queijos que nós fazemos são com o leite que é produzido em nossa própria fazenda, isso porque a qualidade do produto é muito importante pra gente.”, explica Vanesa.
Por consequência, a Queijaria Ludwig destaca-se pela qualidade de seus produtos, todos produzidos com leite próprio e pasteurizado. As variedades, incluindo o tipo Gouda e o tipo Morbier Café, receberam prêmios nacionais e mundiais. “Somos uma queijaria de família. Somos 6 pessoas e nos dividimos para fazer tudo, da produção do leite e do queijo, até a venda. E o nosso diferencial é a qualidade, fato que nos garantiu vários prêmios nacionais e internacionais”, acrescenta Vanessa.
Parceria com o Biopark e Biopark Educação
De acordo com a família Ludwig, a parceria com o Biopark e o Biopark Educação foi fundamental para o sucesso da Queijaria Ludwig. “O Biopark foi quem transferiu toda essa tecnologia para a gente. Os pesquisadores do Projeto realizaram um estudo do nosso leite para ver qual queijo era o mais compatível a ser feito. E foi assim que o queijo tipo Gouda e o queijo tipo Morbier Café foram escolhidos para que a Ludwig os produzisse.”, afirma Vanessa.
A Queijaria Ludwig destaca também a importância do suporte, das consultorias e da tecnologia fornecidos pelo Biopark. “A gente aprimora o queijo com técnica, conhecimento, tecnologia e a própria realização do nosso empreendimento. As premiações que os nossos queijos vêm recebendo mostram que estamos no caminho certo e que temos muito a crescer juntos”, afirma Vanessa.
Para a família Ludwig, a próxima meta é conseguir o selo do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (SUSAF), para poder expandir a área de comercialização da queijaria. “O nosso primeiro sonho era sair da propriedade e ter a Agroindústria e daqui pra frente a gente quer alcançar o Brasil todo e, quem sabe, a nível de exportação também.”, conclui.
Sobre o Projeto de Queijos Finos
Os produtores participantes do Projeto de Queijos Finos do Biopark recebem apoio gratuito em todas as etapas de produção, que vão desde o diagnóstico da propriedade rural e a transferência da tecnologia para o produtor até o suporte para inserir o produto no mercado. O resultado são queijos produzidos com o Selo de Excelência do Biopark, que atesta a excelência em todo o processo.
“As premiações recebidas reafirmam o comprometimento da nossa equipe e dos produtos participantes com a excelência, desde o desenvolvimento dos produtos dentro da nossa área de Pesquisa e Inovação até a produção nas propriedades. Estamos conseguindo atingir o objetivo de desenvolver queijos com alta qualidade, realizar a transferência da tecnologia e gerar a transformação para os produtores que passam a comercializar um queijo com maior valor agregado”, conta a fundadora do Biopark, Carmen Donaduzzi.
O projeto, que nasceu com o objetivo de elevar a bacia leiteira do Oeste paranaense, a 2ª maior do estado, atualmente conta com 17 produtores. “O projeto veio para agregar valor, levando tecnologia e conhecimento para o produtor rural, sem custo algum, para que ele pudesse diversificar a sua atividade e aumentar sua renda.”, completa a gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Biopark Educação, Carolina Trombini.
Apesar do projeto de Queijos Finos ter sido lançado em 2019 e se consolidado com a Queijaria Flor da Terra, em 2021, a inspiração nasceu há mais tempo. Especificamente na década de 1980, quando os sócios fundadores do Biopark, Luiz e Carmen Donaduzzi, foram estudar na França. “Enquanto concluía minha tese de doutorado, eu dava aulas sobre controle de qualidade de queijo, na França – algo semelhante ao que fazemos dentro dos nossos laboratórios aqui no Biopark”, lembra Carmen.
De história em história, o projeto segue modificando histórias de vida. Para a produtora Márcia Ludwig, a paixão pelo queijo não foi uma herança familiar. No entanto, se depender da produtora, esse amor irá passar de geração em geração, visto que toda a sua família trabalha na agroindústria. “Pretendemos ampliar a gama de produtos lácteos, em especial obter uma maior produção e diversificação de queijos finos para que nossa queijaria, além de trazer um espaço colonial, também possa oferecer variedades em queijos finos de qualidade, representando ainda mais o Paraná e o Brasil.”, finaliza Márcia.
